A sepse é uma condição grave que tem apresentado um aumento preocupante nos casos, representando um desafio no combate a essa infecção. Neste artigo, abordaremos os principais pontos críticos que contribuem para a falta de efetividade na desinfecção hospitalar e, consequentemente, para o aumento da incidência de sepse. Com base em uma análise criteriosa dos protocolos existentes e experiência pessoal em um hospital.
O aumento dos casos de sepse e os desafios enfrentados no combate a essa condição são uma preocupação real e urgente. Com base em uma análise criteriosa dos protocolos e minha experiência pessoal de quatro meses em um hospital, identifiquei alguns pontos críticos que podem explicar por que estamos perdendo a guerra contra a sepse. Neste artigo, abordarei esses pontos, citarei estudos relevantes e sugerir possíveis soluções para enfrentar esse problema.
Prática de desinfecção de menor nível (LOG 1):
Para atingir níveis efetivos de eliminação de patógenos em LOG 1, é necessário desinfetar 100% do ambiente, alcançando uma redução biológica de até 90% dos patógenos existentes. No entanto, ainda permanecem os 10% mais resistentes, é importante observar que os patógenos mais resistentes são aqueles mais prejudiciais à saúde humana.
A tabela abaixo apresenta os índices de redução para cada log praticado:
Desinfecção incompleta em LOG 1:
A desinfecção em LOG 1 deve ser aplicada em 100% do ambiente, incluindo piso, paredes, teto, superfícies de bancadas, objetos, maçanetas, interruptores e o ar que possui 40% de contaminação, com o objetivo de atingir uma redução de carga biológica de 90%. No entanto, na prática, apenas cerca de 30% do ambiente passa por processo de desinfecção, incluindo piso, superfícies de bancadas, objetos, interruptores de luz e maçanetas das portas. Isso significa que 70% do ambiente não é desinfetado corretamente, tornando impossível atingir a redução de carga biológica necessária para o LOG 1 90%.
Desinfecção em apenas 20% das estruturas hospitalares:
Apenas 20% da estrutura hospitalar passa por desinfecção na maioria dos hospitais brasileiros, focando nos ambientes de alto e médio risco. No entanto, é crucial considerar a segurança do paciente em todas as áreas do hospital. Por exemplo, não faz sentido desinfetar uma UTI neonatal rigorosamente e permitir que os pais acessem um banheiro que não passa por desinfecção adequada há cinco anos.
Para tomar a frente no combate SEPSE são necessárias as seguintes ações imediatas:
1 - Elevar o nível de desinfecção para LOG 2: Aumentar o nível de desinfecção para LOG 2 é fundamental para garantir uma redução mais significativa da carga biológica nos ambientes hospitalares. Isso requer a implementação de protocolos e técnicas de desinfecção mais abrangentes e eficazes, visando abordar de forma mais abrangente os patógenos presentes.
2 - Substituir a desinfecção manual por desinfecção sem contato: Optar por tecnologias de desinfecção sem contato proporciona uma cobertura completa de 360º dos ambientes. Essa abordagem elimina a dependência da desinfecção manual, que pode ser inconsistente e limitada em sua eficácia. Além disso, a desinfecção sem contato pode reduzir a necessidade de produtos químicos, o que resulta em uma diminuição dos custos associados.
3 - Aproveitar a tecnologia sem contato para aumentar a capacidade dos operadores: A adoção de tecnologias de desinfecção sem contato pode aumentar significativamente a capacidade dos operadores em realizar desinfecções. Com essas tecnologias, a produtividade dos operadores pode ser aumentada em até 10 vezes, permitindo que eles realizem um número muito maior de desinfecções por turno. Essa melhoria é especialmente relevante diante da escassez de mão de obra qualificada atualmente enfrentada por muitas instituições de saúde.
4 - Implementar software de mapeamento, gerenciamento e controle logístico: A utilização de software específico com recursos de mapeamento, gerenciamento e controle logístico pode otimizar o processo de desinfecção. Essas soluções, baseadas em tecnologias como GPS e inteligência artificial, possibilitam rastrear e monitorar as áreas desinfetadas, programar as rotas dos operadores, fornecer relatórios em tempo real e identificar áreas prioritárias para desinfecção. Essa abordagem auxilia na melhoria da eficiência e da eficácia da desinfecção, facilitando a tomada de decisões informadas e direcionando os recursos de forma mais estratégica.
5 - Desafios no treinamento e retenção de operadores de desinfecção
Uma das principais dificuldades enfrentadas pelos hospitais é a escassez de mão de obra qualificada para realizar as tarefas de desinfecção. A alta rotatividade de colaboradores e a falta de profissionais experientes são fatores que impactam negativamente a eficiência das práticas de desinfecção. A constante necessidade de treinar novos operadores e a baixa produtividade dos funcionários inexperientes contribuem para a limitação da desinfecção a apenas 20% da estrutura hospitalar.
Além disso, a ausência de uma equipe completa de operadores de desinfecção devido a faltas no trabalho dificulta ainda mais a realização efetiva das desinfecções necessárias. A falta de recursos humanos adequados compromete a capacidade do hospital de manter um ambiente seguro e livre de patógenos, contribuindo para a propagação da sepse.
6 - Impacto financeiro do alto custo de produtos químicos e baixa eficiência
Os hospitais enfrentam um desafio financeiro significativo relacionado ao alto custo dos produtos químicos utilizados na desinfecção. Durante a pandemia de COVID-19, muitas instituições de saúde sentiram os impactos financeiros do aumento da demanda por produtos químicos de desinfecção. O custo desses produtos pode representar uma parte substancial do orçamento, dificultando a implementação de processos abrangentes de desinfecção em toda a estrutura hospitalar.
Além disso, a eficiência de alguns produtos químicos pode ser questionável, o que compromete a capacidade de eliminar adequadamente os patógenos presentes no ambiente. A utilização de produtos com baixa eficiência pode resultar em desinfecções incompletas e inadequadas, aumentando o risco de infecções, incluindo a sepse.
7 - Necessidade de tecnologia para mapeamento, gerenciamento e controle logístico das desinfecções em tempo real
A falta de tecnologia adequada para o mapeamento, gerenciamento e controle logístico das desinfecções é outro desafio enfrentado pelos hospitais. A ausência de sistemas eficientes e integrados dificulta a obtenção de informações precisas sobre as áreas desinfetadas, a produtividade dos operadores e a identificação de áreas críticas que requerem atenção especial.
A implementação de soluções tecnológicas, como software de mapeamento e controle logístico em tempo real, pode melhorar significativamente a eficiência e a eficácia dos processos de desinfecção. Essas ferramentas permitem o rastreamento e o monitoramento das áreas desinfetadas, a programação das rotas dos operadores, a geração de relatórios em tempo real e a identificação de áreas prioritárias. Com o uso dessa tecnologia, é possível aumentar a eficiência operacional, garantir uma cobertura abrangente de desinfecção e melhorar a segurança dos pacientes.
8 - Implementar medidas de educação e conscientização sobre a importância da desinfecção hospitalar: A falta de conhecimento adequado por parte dos profissionais de saúde, pacientes e visitantes sobre a importância da desinfecção hospitalar pode contribuir para a propagação de patógenos e o aumento da incidência de sepse. É essencial implementar programas de educação e conscientização para garantir que todos os envolvidos no ambiente hospitalar compreendam a importância da desinfecção e sigam as melhores práticas.
9 - Monitoramento contínuo e avaliação de resultados obtidos pelos softwares
Para garantir a eficácia das medidas de prevenção da sepse, é crucial estabelecer um sistema de monitoramento contínuo e avaliação de resultados. Isso envolve a coleta de dados sobre as taxas de infecção e a carga biológica nos ambientes hospitalares, bem como a análise dos resultados obtidos com a implementação das ações propostas.
Com base nesses dados, é possível identificar áreas de melhoria, ajustar os protocolos de desinfecção e tomar medidas corretivas, se necessário. O monitoramento contínuo permite uma abordagem baseada em evidências para a prevenção da sepse, garantindo que as práticas de desinfecção estejam sendo eficazes e que os objetivos de redução da carga biológica estejam sendo alcançados.
10 - Parcerias e colaboração interdisciplinar
A prevenção eficaz da sepse requer a colaboração de várias partes interessadas, incluindo profissionais de saúde, administradores hospitalares, especialistas em controle de infecções e fornecedores de tecnologia. A criação de parcerias e a colaboração interdisciplinar são fundamentais para o desenvolvimento e implementação de estratégias abrangentes de prevenção da sepse.
Essas parcerias podem envolver a participação de empresas especializadas em tecnologia de desinfecção sem contato, que podem fornecer soluções inovadoras e suporte técnico. Além disso, a colaboração com órgãos reguladores e agências de saúde pública pode ajudar a estabelecer diretrizes e regulamentos atualizados para garantir a segurança dos pacientes e a eficácia das práticas de desinfecção.
Conclusão:
Elevar o nível de desinfecção para LOG 2: Aumentar o nível de desinfecção para LOG 2 é fundamental para garantir uma redução mais significativa da carga biológica nos ambientes hospitalares. Isso requer a implementação de protocolos e técnicas de desinfecção mais abrangentes e eficazes, visando abordar de forma mais abrangente os patógenos presentes.
Substituir a desinfecção manual por desinfecção sem contato: Optar por tecnologias de desinfecção sem contato proporciona uma cobertura completa de 360º dos ambientes. Essa abordagem elimina a dependência da desinfecção manual, que pode ser inconsistente e limitada em sua eficácia. Além disso, a desinfecção sem contato pode reduzir a necessidade de produtos químicos, o que resulta em uma diminuição dos custos associados.
Aproveitar a tecnologia sem contato para aumentar a capacidade dos operadores: A adoção de tecnologias de desinfecção sem contato pode aumentar significativamente a capacidade dos operadores em realizar desinfecções. Com essas tecnologias, a produtividade dos operadores pode ser aumentada em até 10 vezes, permitindo que eles realizem um número muito maior de desinfecções por turno. Essa melhoria é especialmente relevante diante da escassez de mão de obra qualificada atualmente enfrentada por muitas instituições de saúde.
Implementar software de mapeamento, gerenciamento e controle logístico: A utilização de software específico com recursos de mapeamento, gerenciamento e controle logístico pode otimizar o processo de desinfecção. Essas soluções, baseadas em tecnologias como GPS e inteligência artificial, possibilitam rastrear e monitorar as áreas desinfetadas, programar as rotas dos operadores, fornecer relatórios em tempo real e identificar áreas prioritárias para desinfecção. Essa abordagem auxilia na melhoria da eficiência e da eficácia da desinfecção, facilitando a tomada de decisões informadas e direcionando os recursos de forma mais estratégica.